Nome científico: Selenicereus anthonyanus Sinônimo: Cryptocereus anthonyanus
Nomes populares: Cactus sianinha, cactus zig-zag, reina de la noche (Espanha), Queen of the night (UK), fishbone cactus (USA)
Família: Cactaceae
Clima: Tropical e subtropical
Origem: México
Altura: Até 1 m
Luminosidade: Bastante luminosidade, mas com a luz solar filtrada. Também desenvolve-se a meia sombra, tolerando sol direto pela manhã.
Ciclo de Vida: Perene
Descrição: É uma planta epífita que em seu ambiente natural (florestas tropicais chuvosas) encontra-se pendurada nas árvores. Possui ramos achatados com lóbulos intercalados, o que gerou alguns de seus nomes (como fishbone e zig-zag). São carnosos (atingem mais de 60 cm), possuindo espinhos muito pequenos e suaves. Cientistas acreditam que o formato deste cactus deve-se a um processo de transição do deserto para a floresta. No novo ambiente, a umidade não era difícil de obter mas a luz solar era obstruída pela copa das árvores. Assim, o cactus desenvolveu um amplo e delgado caule que não armazenava tanta água mas era muito eficiente na captação da luz solar. Talvez esta estrutura fina e fragmentada seja uma tentativa de novamente desenvolver as folhas que perderam em tempos muito distantes. Os ramos lançam raízes adventícias, o que permite fixar-se nas árvore e avançar o mais alto possível para obter o máximo de luz. As flores, que são uma atração à parte, são grandes (com cerca de 10-15 cm), pétalas de cor creme, sendo que as mais externas são vermelhas. Sua particularidade é o horário de florescimento, abrindo ao entardecer e atingindo a plenitude durante toda a noite. Talvez esta hora do dia seja em função dos polinizadores (insetos noturnos e morcegos). Mas o sistema de polinização ainda não é completamente entendido pela ciência. A flor é muito cheirosa mas dura só uma noite. Já ao amanhecer estará fechada. É pouco conhecida pela maioria das pessoas, não só pelo seu hábito noturno e de curta duração, como também pela dificuldade de florescer se as condições onde estiver instalado não forem as mais próximas do habitat natural. No Brasil, a floração ocorre em novembro.
Local de cultivo: É uma excelente planta para embelezar a paisagem. Pode ser plantado em cestas ou vasos desde que haja boa drenagem para evitar a umidade excessiva. Por ser pendente precisa ser pendurado. Como possui raízes aéreas que vão se agarrando e expandindo a planta, pode ser plantado próximo a árvores, muros ou em recantos escarpados, com pedras. Neste caso, pode ser colocado diretamente no solo.
Substrato: Gostam de substratos orgânicos. Uma mistura boa contém, em partes iguais, terra orgânica (pode ser turfa também), areia de rio lavada e húmus de minhoca. O fundo precisa ter drenagem com brita.
Água: Prefere que o substrato fique seco entre uma rega e outra. Geralmente 1 vez por semana é o suficiente. No inverno pode ser mais espaçado. Em dias muito quentes pode-se pulverizar a água sobre a planta.
Temperatura: O ideal é entre 13º e 26º. Mas em locais protegidos pode suportar temperaturas abaixo de 10º.
Adubação: A recomendação neste sentido é aquela que faço com minhas plantas. A cada 3 meses, 1 colher de sopa de um composto orgânico (torta de mamona + rochas moídas). Este adubo é rico em micronutrientes e de liberação lenta. Pode ser húmus de minhoca também, numa quantidade um pouco maior. A adubação química (que é de liberação rápida) é a mesma que uso para orquídeas (20-20-20), da seguinte forma:
– primavera – 1,0 g/l
– verão – 2,0 g/l
– outono – 1,0 g/l
– inverno – 0,5g/l ou nem aduba
Propagação: Por sementes ou estacas. No caso das estacas, usa-se qualquer parte dos ramos, deixando secar até formar uma camada protetora no local do corte. O substrato deve ser leve, formado de terra vegetal (ou turfa) misturado com areia. Ou até mesmo só areia. Insira a ponta da estaca que formou película neste substrato (uns 3-5 cm), mantendo-o levemente úmido, sob luz filtrada. É importante que algum dos areoles fique abaixo da terra. Após enraizamento podem ser transferidos para o recipiente definitivo. A época recomendada para esta operação é no outono. Já por sementes, faz-se necessário uma semeadura rápida pois o poder germinativo logo perde-se. Melhores resultados são obtidos quando usamos pequenas estufas.
Pragas, doenças e outros problemas: Cochonilha farinhenta e outras cochonilhas, pulgões, lesmas e caracóis são as pragas principais. As cochonilhas podem ser retiradas manualmente com um cotonete ou, se a infestação for grande, utilizando óleo mineral ou óleo de neem. Para o controle de lesmas e caracóis procure informações no texto “Caracóis em orquídeas” na categoria Orquídeas deste site.
Quanto a doenças, esta espécie é sensível ao ataque de vários patógenos como fungos e bactérias. A bactéria Erwinia cacticida causa a podridão negra. Ambientes com excesso de umidade são propícios ao crescimento desta bactéria, que invade as células das raízes, consumindo-as até que não reste outra coisa senão uma massa preta, mole e úmida. Fungos como os do gênero Phyllosticta (mancha nas folhas) podem surgir (e em outras cactáceas também) quando as condições adequadas para a planta não são oferecidas e pela lesões oriundas de ataque de insetos. São de difícil controle. O melhor é cortar as partes afetadas ou, em casos extremos, eliminar a planta.
Outras considerações:
– O significado da palavra Selenicereus vem do grego : Selene (deusa da lua) + cereus (do latim – vela, em referência às flores noturnas). Por isto, também chamado “cactus da lua”.
– Já o outro gênero pelo qual também é conhecido, Cryptocereus, dá origem a outro nome comum: cactus oculto (cripto=oculto). Isto porque esta espécie permaneceu desconhecida por muito tempo.
– A palavra que refere-se a espécie, anthonyanus, é uma homenagem a Harold Anthony que foi quem pela primeira fez fez com que a planta florescesse fora de seu ambiente natural.
Referências:
– Cactus sianinha (Selenicereus anthonyanus) – Eng. Agr. Miriam Stumpt – Fazfácil
– Plants in the Greenhouse – Selenicereus anthonyanus – University of Maine
– Plantas a diario – Mama flora – Uruguay
– Fishbone cactus care – How to grow and care for a ric rac cactus houseplant / Gardening know how
– Selenicereus anthonyanus – Biodiversity education & research greenhouses – University of Connecticut
– Selenicereus anthonyanus – The national gardening association – Williston USA
– Mealybug infestation and control – Jon Vanzile – Houseplants
– Fishbone cactus – Plants rescue